Auto
biografia
Para quem não me conhece, eu agora vou dizer
Sou um caboclo católico.cumpridor do meu dever.
Agricultor e poeta, isso que me dá prazer
O meu time é o Corinthians.E meu partido e o PT.
Sou um simples agricultor, que vive sempre na lida.
Tenho quatro filhos que amo, e uma esposa querida.
Sim, vivendo na pobreza. Mas nunca senti tristeza.
Sou muito feliz na vida!
Eu não sou nem um artista, do Rio,São Paulo ou Brasília
Conhecido pela mídia nem uma estrela que brilha
Sou um simples agricultor, que no sertão se criou.
E o meu nome é Chico Emília.
Sou um caboclo criado, no beiço do Pedra Branca
Porque Faço uns versos simples, não ando botando banca
Nunca pensei em sucesso, mas minha máquina de verso
Nunca empancou nem empanca.
Eu vou pedir a Jesus e a Maria Concebida.
Ele que é nosso pai ela nossa mãe querida.
Sei que vão me ajudar, pra eu escrever e contar
Um pouco da minha vida.
Nasci no Banabuiú, mas de lá fui desterrado
Com onze dias de vida, nesse mundo abandonado
E me tornei uma vítima, pela minha mãe legitima
Eu era ali
desprezado.
Mas um casal de idoso, com carinho me amparou
Família não conheci, não sei nem quem me gerou
Eu nunca vou esquecer, só tenho a agradecer
Os pais que me adotou.
Fui criado na pobreza, roupas boas não usei
Devido às dificuldades, sapato bom não calcei
Com papai e mãe querida, muita paz na nossa vida
Tudo isso eu superei.
Lembro com muito orgulho, a nossa pobre casinha
A merenda que comia, era café com farinha
A humilde casa da gente, de frande a porta da frente
E de talo a cozinha.
Uma cozinha de taipa, gotejenta e esburacada
Sem ter cimento no piso e nem era rebocada.
Não tinha iluminação, a luz era de um lampião
E de moveis não tinha nada.
Ainda lembro a escola, aonde eu ia estudar
Era em casa de família, sem ter merenda escolar
Pra ir era um sofrimento, era a pé ou de jumento
Sem carro pra carregar.
Na minha casinha pobre, não tinha televisão
As brincadeiras de roda, era a minha diversão
Foi assim a minha infância e eu guardo na lembrança
Dentro do meu coração.
Tirava água em cacimba, carro pipa não botava.
Água de poço encanada, nisso ai nem se pensava.
Ia buscar era a pé, homem, menino e mulher.
Em cabaça carregava.
O café que mãe fazia. Eu tenho recordação.
Torrado com rapadura, mexido ali no fogão
Diferente do comprado, num caco torrado
E pilado no pilão.
